domingo, 19 de fevereiro de 2017

Cabal 3

Fanzine impresso de Quadrinhos editado por Clodoaldo Cruz. Rua Dorival Borsari, 32, Vila Saul Borsari, CEP 14883-276, Jaboticabal, SP. Edição 14x20, 40 páginas, impressão 4x1 cores, capa de Omar Viñole, contracapa de Romão. Publicação independente do Estúdio Cabal. R$ 9,90. Fevereiro 2017.

Cabal abriga o universo policial dark noir de Cat’s City, criado em 1994, por Carlos Renato (Reno) com personagens antropomórficos.

“Cat’s City: Quem com ferro fere...”, de Carlos Reno e Nei Rodrigues, um homem resolve presentear um garoto de rua que teve recentemente seu irmão brutalmente assassinado.

O que acontece quando os ícones Jim Morrison (The Doors), Jimi Hendrix (The Experience) e Janis Joplin se encontram para conversar em um rochedo? Reno (textos e desenhos) conta tudo em apenas uma página!

“Memórias do Homem Invisível”, com roteiro e arte de Laudo Ferreira Jr, é uma verdadeira aula de como fazer uma ótima história em quadrinhos. O roteiro simples e ao mesmo tempo conciso do autor, conta a história do personagem invisível do título. De maneira magistral vamos conhecendo e nos identificando com o mesmo e suas agruras. A HQ trata de temas pesados (e que estão aí em nosso cotidiano) mas é leve como a pluma. Além do roteiro original, a arte é um show à parte. E uma sacada na direção – mais precisamente na posição da câmera – faz o diferencial desta HQ genial de um dos mais talentosos quadrinhistas em atividade hoje.

“Sonho de Sangue”, por Luiz Iório, FC/Fantasia que fala sobre o futuro e realidade virtual.

“Fuga Impossível”, por Clodoaldo e Eduardo Souza, nenhuma prisão o deteve até hoje. Será esta capaz de segurá-lo?

“O Enviado”, por Clodoaldo e Márcio S. P., um padre enlouquecido quer matar um bebê a sangue frio, enquanto policiais tentam impedi-lo.

“Até que a morte nos una”, Marcos Franco e Hélcio Rogério, HQ poético-filosófica com roteiro e arte inspirados na obra de Henry Jaepelt, um dos pioneiros neste estilo de narrativa.

“Cat’s City: Confissões”, por Clodoaldo e Airton Marcelino. Após matar duas pessoas, profissional na arte de tirar vidas vai ao confessionário.

As ilustrações são de Watson Portela (Juna, de Michèlle Domit), Júlio Shimamoto e Nei Lima.

Na parte gráfica, nova melhora no papel utilizado na capa, agora um couché brilho de alta gramatura. A impressão está excelente e o acabamento quase perfeito.



Cabal 2


Fanzine impresso de Quadrinhos editado por Clodoaldo Cruz. Rua Dorival Borsari, 32, Vila Saul Borsari, CEP 14883-276, Jaboticabal, SP. Edição 14x20, 40 páginas, impressão 4x1 cores, capa de Heraldo Wilson, contracapa de Romão. Publicação independente do Estúdio Cabal. R$ 9,90. Janeiro 2017.

Cat’s City, criado em 1994, por Carlos Renato (Reno) é a atração principal do zine, sempre com novas HQs do universo dark noir barra pesada vivida por seres antropomórficos.

Em “Cat’s City: A Voz”, um programa de rádio chamado A Voz sem Medo, incomoda poderosos corruptos e bandidos notórios como o traficante Don Percival. O radialista sem papas na língua corre sérios riscos. Mas nada é o que se parece na Cidade Gato... Textos e desenhos de Reno, arte final Nei Rodrigues.

“Nas catacumbas de Conta”, com argumentos de Michèlle Domit e desenhos e arte final de Hélcio Rogério, uma típica e saborosa aventura “capa e espada”, apresentando Juna, uma pirata destemida no comando do Loba do Mar, embarcação que aterroriza cidades portuárias e navios. Quando saqueiam carregamentos de ouro de navios francos, começam seus problemas e a aventura de fôlego de 25 páginas. O roteiro muito bem construído aliado à arte excelente e detalhista de Hélcio faz deste trabalho um exemplar digno do bom quadrinho nacional, uma HQ que prende o leitor do início ao fim e pede continuidade.

“Condenado”, HQ curta de 2 páginas por Clodoaldo e Reno, a condução de um criminoso à cadeira elétrica, desencadeia uma série de lembranças no carceireiro e no prisioneiro.

“Cat’s City: Quem é você?” por Clodoaldo e All Silva. Em lan house, homem se lembra de sua amada e como seu trabalho atrapalhou esta paixão. Mas nem tudo está perdido. E voltar à lan house parece ser uma boa idéia. Será?

Cabal tem ainda ilustrações de Nei Rodrigues, Alcione e Romão.
Publicação de respeito, que veio com uma proposta séria de publicar bons quadrinhos autorais e que melhorou substancialmente neste número. Com ótimas colaborações e abrigando um universo ficcional de amplas possibilidades, Cabal se firma como uma das gratas surpresas surgidas no final de 2016.

No aspecto gráfico, sensível melhora no papel utilizado na capa, couché fosco mais encorpado, e qualidade impecável no miolo, com acabamento em grampo idem. Quem curte quadrinhos não pode deixar de ler e o preço é acessível.





quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Múltiplo 4

Fanzine mensal editado por André Carim. Fevereiro 2017, 80 páginas com quadrinhos, ilustrações, tiras e informações sobre HQ. Capa de Laudo e Omar Viñole, quarta capa de Júlio Shimamoto.  Mais uma grande edição de Múltiplo que segue em ritmo frenético (para os padrões fanzineiros). O destaque da edição, mais uma vez, é com a entrevista do mês com Beralto. O seu IFanzine que promove a cultura dos zines, realizando experiências de sua aplicabilidade no ensino-aprendizado, é um dos grandes projetos deste autor-editor, responsável  também pelos fanzines Peibê, Afroindi, Café Filosófico e Traços de Memória. O depoimento-entrevista com o mestre Shimamoto ao jornalista Bruno Molinero, também vale registro. Ele fala especialmente sobre os anos 60, Mauricio de Souza, Waldyr Igaiara, Luiz Saindenberg, Miguel Penteado, Editora Outubro,Cooperativa  CETPA, entre outros assuntos fascinantes para os amantes do quadrinho brasileiro. A parte jornalística ainda apresenta Seção de Cartas, De Olho no Universo HQ, com resenhas e divulgações de publicações independentes e artigo do editor sobre as “tiras” ou “strip comics”, “Tiras, Quadrinhos Sim!”, com depoimentos de Bira Dantas, Edgard Guimarães, Henrique Magalhães, Omar Viñole e Laudo Ferreira Jr, especialistas no assunto. Nos quadrinhos, “A garota do Silêncio”, Agente Laranja (André/Nei), “O Invisível” (Gazy Andraus), “Do Chumbo ao Ouro” (Beralto), “Jornalista” (Flávio Calazans)e “Premonição”, Agente Laranja (Clodoaldo Cruz). As ilustrações ficam à cargo de Eduardo Schloesser, Ed Oliver e Cayman Moreira. Fecha o conteúdo do zine as tiras de Omar Viñole e seu “Coelho Nero”.

Contato:
André Carim de Oliveira - Rua Vicente Celestino, 56
Bairro Santa Emília - Carangola/MG - CEP: 36800-000.
andrecarim@outlook.com 



domingo, 12 de fevereiro de 2017

Saci Pererê - Cem anos do Inquérito

O projeto Colecionador de Sacis, de Andriolli Costa, aproveitou os cem anos do "Inquérito sobre o saci", uma pesquisa popular realizada em 1917 por Monteiro Lobato nas páginas do jornal O Estado de S. Paulo, para lançar uma revista eletrônica inteiramente dedicada ao saci. Com capa de William Chamorro, possui 83 páginas e traz textos de Ana Paula Aparecida Oliveira, André Lima Carvalho, David Dornelles, Douglas Rainho, Egidio Trambaiolli Neto, Elizeu Batista Thomé, Elói Bocheco, Gastão Ferreira, Gláucia Santos Garcia, Itaércio Rocha, Jorge Alexandre, Lucas Baldo Fraga, Margareth Assis Marinho, Neide da Cunha Pinto, Olívio Jekupé, Ronaldo Clipper, Sérgio Bernardo, Tânia Souza, Victoria Baubier e Wallace Gomes. As fotos são de Douglas Colombelli, Gustavo Beuttenmuller, Jessika Andras, Leo Dias de los Muertos e Maurício da Fonte Filho, e as ilustrações de Adriano Batista, Alice Bessoni, Altemar Domingos, Anderson Awvas, Anderson Barbosa Ferreira, Bruno Lima, Fabio Dino, Fábio Vido, Fábio Meireles, Felipe Minas, Geraldo Borges, Giorgio Galli, Ícaro Maciel, Joe Santos, João P. Gomes de Freitas, José Luiz Ohi, Mikael Quites, Mil Araújo, Monteiro Lobato, Odoberto Lino, Rafa Louzada, Rafael Pen, Rodrigo Rosa, Romont Willy, Stuart Marcelo, Talez Silva, Thiago Cruz (Ossostortos), Ursula Dorada (SulaMoon), Vilson Gonçalves, Waldeir Brito, Webby Junior e William Chamorro.
Texto divulgação: “Em 26 de janeiro de 1917, Monteiro Lobato publica no Estadinho – o suplemento vespertino do jornal O Estado de S. Paulo um artigo intitulado Mitologia Brasílica. Nele, convocava os leitores a responder um breve questionário de três perguntas. Um Inquérito sobre o saci.
A resposta foi imediata. Lobato recebeu causos, contos e até poemas inspirados pela figura do negrinho perneta, escolhido por ele como um verdadeiro estandarte da cultura nacional. O duende empresta características trindade formadora da identidade brasileira, negros, índios e europeus. Traz o riso como enfrentamento, o deboche como arma. É o saci o mito que mais diz sobre nós. Sobre todos nós.
O material recolhido se tornou um livro publicado no ano seguinte: Sacy Pererê – Resultado de um Inquérito. Nele encontramos sacis de todos os tipos: simpáticos ou agressivos; com uma perna direita, uma perna esquerda ou até mesmo as duas. Sacis com rabos, com chifres, cascos ou orelhas de morcego. Um documento que nos lembra que não existe um só tipo de saci, nem mesmo trezentos. Sacis são infinitos, há um para cada crença.
Este marco tão importante na literatura folclórica brasileira também não está livre de críticas. O antropólogo Renato Queiroz, em Um mito bem brasileiro nos lembra que quem responde ao inquérito são principalmente pessoas letradas, assinantes do Estadão. Assim há uma predominância de histórias de estancieiros ou filhos de donos de escravos, o que privilegia a demonização de características tipicamente negras: o nariz, os “beiços”, o cabelo. Em estudos etnográficos em propriedades interioranas menos elitizadas, essas características quase não foram levantadas ao se falar em saci.
Os mitos, vale lembrar, são mutantes e mutáveis. Nenhum dicionário ou folclorista é capaz de cravar uma versão “verdadeira” de um ser que não habita o texto do vernáculo, mas sim vive no imaginário do povo. Assim, Lobato capturou com seu Inquérito um registro de seu tempo, um momento que mostra toda a riqueza de um personagem que diz sobre o Brasil de tantas formas diferentes.
Neste especial feito pelo Colecionador de Sacis para celebrar os 100 anos do Inquérito, não pretendemos repetí-lo. O que pretendemos é, assim como fez Lobato, mostrar o saci nas suas mais diversas formas. Como ele é, como ele foi, como ele pode ser. Como a linda arte da capa de William Chamorro faz transparecer, queremos mostrar vários retratos de saci. Tantos quanto possível.
Nossa missão, nestes 100 anos de inquérito, é mostrar como o saci ainda vive no dia a dia do brasileiro, mas em novas formas. O saci que some com o dedal da costureira e trança a crina dos cavalos é o mesmo que dá nó no fone de ouvido que fica no bolso. O mesmo que faz cair o 4G do celular. O Saci não ficou na roça. Passeia entre nós. Não está restrito ao dia do folclore nas escolas, nem às discussões contra Halloween que povoam as redes sociais. Saci não é discurso, é mito vivo.
Vocês podem encontrá-lo nos grafites pelos muros de São Paulo – e quero ver prefeito algum deixá-lo preso a um grafitódromo. Encontram nas músicas, nas histórias em quadrinhos, na literatura e até nos vídeo-games. Saci está nas brincadeiras, na cultura pop, nas histórias de nossos pais e que logo serão as de nossos filhos. Saci está aí. Basta encantar o olhar, abrir bem os ouvidos e escutar aquele assobio que arrepia a alma.
Esta revista foi feita com amor e carinho para todos aqueles que buscam esse encantamento. A distribuição é gratuita, o preço é que você leve as histórias que encontrar aqui adiante. Sua feitura também foi totalmente voluntária. Agradeço a todos os ilustradores, escritores e colaboradores que cederam seu trabalho com tanto entusiasmo para esta iniciativa. Incorporaram bem o famoso mote de trabalho em equipe da Sosaci: “Sacis de todo o mundo, uni-vos! Nada tendes a perder a não ser a outra perna!”.
Boa leitura e viva o saci!”

https://colecionadordesacis.com.br/2017/01/20/colecionador-de-sacis-apresenta-saci-perere-100-anos-do-inquerito/




Conexão Literatura 20

Revista eletrônica editada por Ademir Pascale, Fábrica de Ebooks, 52 páginas. Destaque para o trabalho das escritoras Jaqueline e Micheline Ramos, mais conhecidas como Jack Michel, autoras de obras como “Arco-Jesus-Íris” (Chiado Editora, 2015), “LSD Lua” (Drago Editorial, 2016), “1 Anjo MacDermot” (Drago Editorial, 2016) e “Sorvete De Pizza Mentolado X Torpedo Tomate” (Drago Editorial, 2016). Entrevistas curtas com os escritores Adiel Machado (Selvageria Urbana), Kathia Brienza (Não é com Vinagre que se Apanham Moscas), Fernanda W. Borges (O Reverso do Destino), Filipe Santos (Luas de Sangue), Caio Mirabelli (As Consciências do Universo) e o artista gráfico Denis Lenzi, conto de Mauricio Campos e crônicas de Misa Ferreira, Dione Souto Rosa e Míriam Santiago fecham a edição. A revista literária é gratuita e pode ser baixada no site da Fábrica de Ebooks, onde está disponibilizada a coleção com as vinte edições: www.revistaconexaoliteratura.com.br  


sábado, 11 de fevereiro de 2017

Juvenatrix 183

Fanzine eletrônico de Horror e Ficção Científica editado por Renato Rosatti. 13 páginas. Ano 27, fevereiro 2017. Internet: www.infernoticias.blogspot.com.br e www.juvenatrix.blogspot.com.br. Peça seu exemplar pelo e-mail renatorosatti@yahoo.com.br.  Capa de Angelo Junior extraída de álbum de ilustrações “Fantasia, Luz & Sombra”. Horror e Metal Extremo: Dark Funeral (Suécia) com As I Ascend do álbum Where Shadows Forever Reign (2016). Divulgações & Notícias & Curiosidades: Galeria de capas das revistas Horror Show e Terror Magazine (1997), Obituário do ator John Hurt e divulgação de QI 142. Textos de Cinema: As Bonecas da Morte (The Psychopath, Inglaterra, 1966), A 
Criatura da Mão Azul (Die Blaue Hand, Alemanha Ocidental, 1967), A Cruz do Diabo (La Cruz del Diablo, Espanha, 1975), O Fantasma de Frankenstein (The Ghost of Frankenstein, EUA, 1942), Fantasmas que Ainda Vagam (Ghosts That Still Walk, EUA, 1977), Latidos de Pánico (Espanha, 1983), Sol (Brasil, 2017) e O Uivo da Bruxa (Cry of the Banshee, Inglaterra, 1970).

 

Teslapunk – Contos de Realidades Alternadas

Editora Madrepérola. Organizador: Mauricio Coelho. Ano 2017, 126 páginas. Gratuito no site da editora: www.editoramadreperola.com.
Contos de realidades alternadas traz exemplares de um gênero da ficção científica inédito ainda no Brasil, o Teslapunk. O gênero, assim nomeado graças ao cientista e inventor Nikola Tesla, homem que revolucionou a história nos idos do século 18, refere-se a narrativas ficcionais (ou estilos visuais) inspirados pelos precursores da energia elétrica e aparelhos elétricos do século 18, 19 e início do século 20.
Texto de divulgação da editora: Os 10 autores selecionados conseguem levar o leitor a uma distopia nunca antes vista. Em seus contos, nos perderemos entre subestações, esquivaremos de arcos voltaicos e encontraremos nosso precursor, o próprio Nikola Tesla em carne, osso e impulsos elétricos.
Entretanto, nessa leitura, nem tudo será inédito, encontraremos nos personagens centrais o traço clássico do humano decadente, caminharemos entre becos sujos e lugares paisagísticos antes do fim certo!
Autores: Adnelson Campos, Alex Giacomin Rebonato, Bruno Lopes Curiel, Diego Navarro, Eduardo Yoshikazu Nishitani, Gabriel Guandalini, Gregório Bernardino Matoso, Jean Thallis, Leandro Zerbinatti de Oliveira e Lucas M. Carvalho.


Trasgo 13

Revista eletrônica de ficção fantástica editada por Rodrigo van Kampen, em seu ano IV. Em 130 páginas traz contos de FC, Fantasia e Terror além de entrevistas com os autores. Nesta edição, “Babel”, de Elisa Roval, ficção fantástica em um cenário construído dentro e fora da lendária torre. “Na Fila do Check-In” microconto divertido de Fernanda Castro sobre metamorfoses e regras das companhias aéreas. “A Morte de Afrodite”, de Maira M. Moura é um conto surpreendente onde assistimos fascinados e horrorizados o encontro de duas culturas. “Aceita Viajar pela Empresa?”, de Jéssica Borges é uma viagem por cenários incríveis e criaturas idem. “O Corpo Seco”, de José Abrão, fantasia situada no Brasil Colônia, com seres de orelhas pontudas, mortos-vivos e bela construção de mundo. Encerra com “Órion-Z3n”, de Noan Moraes, afinal, quem é 100% hoje em dia? A capa e galeria de arte é de Jânio Garcia.
Trasgo pode ser lida e baixada gratuitamente em trasgo.com.br, nos formatos epub, mobi e pdf. Edições anteriores também estão disponíveis. A revista aceita submissões e os trabalhos publicados são remunerados.


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Lançamento A Guerra dos Golfinhos - Social Comics

Flávio Calazans, Edição 2017

Já está disponível aos assinantes do Social Comics a nova edição de um clássico dos quadrinhos brasileiros, A Guerra dos Golfinhos, de Flávio Calazans. Esta 5ª edição é um deleite para os fãs. Além de novas retículas aplicadas por Lafaiete Nascimento (preview), o processo criativo de Calazans é esmiuçado pelo próprio com muitas ilustrações do processo gestativo da obra. O álbum tem a participação de Ivany Sevarolli, Edgard Guimarães, Fernando Vieira e
Luiz Antonio Cagnin (in memorian). Esta edição digital é um aperitivo para a edição impressa que sai final de março, junto com outra obra de Calazans, Guerra das Ideias. Fique ligado no Face da Editora e aqui no blog.


A Segunda parte das chamadas “Guerras Calazanistas” atinge nesta Novela Gráfica seu ápice criativo. Lançada pela primeira vez em 1983 como Sumidouro, em formato de bolso, fez tanto sucesso e vendeu tão rápido seus 500 exemplares, que o autor ampliou e reformulou a HQ passando de 30 para 50 páginas.
Apaixonado por Ciências - além de gostar de História e Geografia - e atraído por ficção científica,  Julio Verne, H.G. Wells, Isaac Asimov e series de Televisão como “Jornada nas estrelas” (Star Trek), etc, imaginou uma história em quadrinhos de FC que ilustrasse as teses de liberdade nas quais acredita, sem cair naqueles mesmos velhos e batidos clichês de naves espaciais e heróis predestinados invencíveis. Seu cenário não seriam estrelas e outros planetas, mas sim o desconhecido mundo das profundezas do seu próprio planeta.

Guerra dos Golfinhos, como toda boa ficção científica, baseia-se em fatos reais e em pesquisas em várias áreas, feitas em bibliotecas de entidades ligadas ao mar, em Santos. Oceanografia, biologia marinha, arquitetura submarina, ciência política, astrofísica e astronomia são algumas das referências que encontraremos neste fascinante HQ. Na história, ambientada em 85 (de uma outra era) o mundo está dividido em duas federações autoritárias, Urso e Águia, e uma libertária, A Aliança Aquática Anarquista, um povo submarino que respira dentro da água. Alf, um biólogo marinho e psicólogo frustrado, em missão no Triângulo das Bermudas, faz uma viagem astral visitando um planeta povoado por insetos semelhantes a cupins e gafanhotos. Lá, contra sua vontade, viverá uma incrível aventura.

Ler os quadrinhos de Calazans é uma experiência única. Com enquadramentos e linguagem cinematográfica, esta trama recheada de referências e simbolismos, prende o leitor desde o início, fisgado pelo talento do autor-diretor, que como um maestro vai conduzindo a orquestra para o final, que chega quando a gente menos espera e querendo saborear mais desta aventura que marcou a história da HQB. 
Bom mergulho!


Marcos Freitas, editor da Atomic Books